quinta-feira, 4 de março de 2010

Mãe, estás perdoada...

  Ontem planeei que hoje iria às compras e pensei que seria óptimo desafiar a minha mãe a acompanhar-me. Como não tinha ideia se ela teria planos, perguntei-lhe: "Mãe, que vais fazer amanhã?" e a minha mãe respondeu-me com o tom mais espontâneo deste mundo: "Ainda não sei, mas se calhar vou fazer frango." O que me vale é que me dá para rir...

Prova da alienação do meu pai...

  O meu pai para a minha mãe há uns dias atrás: "Ele é sócio desde 1981, portanto faz agora 22 anos uma vez que estamos em 1910!". Pena não ter sido gravado! Mandava-o já internar! Tenho que mandar pôr escutas cá em casa também...

A minha mãe é a maior!!!

  Confesso, não sem algum desgosto, que muita da minha (des)ordem de ideias é genética, sendo o meu pai o grande responsável. Salvo algumas diferenças anatómicas (e, ainda assim, não muitas) e alguns ideais e reacções, tudo o resto é cópia fidelíssima. E lá diz o povo que os opostos se atraem e, neste caso, não podia estar mais correcto! A tranquilidade da minha mãe que, sorte a dela!, foi herdada pela minha irmã, é absolutamente antagónica à toleima do meu pai e reflecte-se, entre outras coisas, no facto de falar pouco e, quando o faz, é num tom de voz que mal se ouve. Um dia destes, já noite bem cerrada, o meu pai (como é seu hábito quando vê alguma notícia que o "toca" e estas são bastante frequentes) entra de supetão na sala onde estávamos eu e a minha mãe e precipitou-se numa torrente pirotécnica verbal (como diria o Jorge acerca dos continentalistas) que metia este e aquele e o outro porque este disse isto aquele disse aquilo e o outro disse outra coisa qualquer e afinal nenhum deles sabe o que está a dizer e só o meu pai é que conhece a verdade toda e é dono dela! Homessa! (Ressalva-se aqui que esta é uma das abissais diferenças entre mim e ele!) Eis senão quando estaca a olhar para um espelho e lança um bem humorado: "Eh lá! Estou cá com um penteado que até pareço um extraterrestre das séries!". E eis senão quando, surpreendentemente, a pacificidade em pessoa que é a minha mãe lança um impetuoso: "Por isso é que andas alienado de todo!!!". Ainda não consegui parar de rir às gargalhadas quando me lembro desta tirada, não só porque veio de quem veio, mas também pela cara de pateta do meu pai que só teve capacidade para dizer: "Hum! Nem sabes o que é que quer dizer alienado!", ao mesmo tempo que virava costas e ia outra vez para o quarto! A minha mãe é a maior!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Outra vez o excesso de zelo!

  Já tinha feito referência anteriormente ao excesso de zelo de alguns profissionais, nomeadamente farmacêuticos. Há bem pouco tempo sofri uma infecção na garganta e nas vias respiratórias superiores, o que me impeliu a recorrer à minha médica de família que me receitou um verdadeiro arsenal anti-tudo-o-que-sejam-bichinhos-prejudiciais-à-saúde, desde antibiótico, passando por anti-inflamatório, paracetamol, até um "dissolvedor" de secreções... Como é hábito, a médica teve o cuidado de detalhar a posologia que deveria seguir, além de que actualmente as receitas médicas têm uma parte destacável para o utente com a mesma informação. Por acaso, e sublinho o por acaso, nestas situações a minha mente funciona minimamente bem, de forma que as indicações foram imediatamente assimiladas e gravadas na minha memória. Saí do centro de saúde quase a arrastar-me e a escorrer água por todos os poros e, não fora o apoio físico e moral do Jorge, ter-me-ia deitado e adormecido fosse onde fosse, além de que a febre me deixa num estado de hiperactividade verbal quase delirante. Foi neste estado que cheguei a uma farmácia para adquirir os medicamentos e, fatal como o destino, lá vem o excesso de zelo! Fui obrigada a ouvir novamente tudo o que a médica já tinha explicado e já sabia de cor e salteado (atenção que neste passo o senhor ia sublinhando com a tampa da caneta tudo o que estava no destacável da receita, como se eu fosse iliterata), além de que tive de aguardar que o dito senhor, muito zelosamente, escrevesse o mesmo nas caixas de medicamentos, enquanto fingia muita atenção quando a minha única vontade era esparramar-me no balcão, estender a palma da mão aberta à frente da cara dele e dizer: "Ya! Fala aqui prá mão! Ehehehe!"... Apesar de não ter dúvidas de que é uma postura amável e atenciosa, continuo sem perceber...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

(Des)Ordem de ideias...

  É procedimento da empresa onde trabalho identificarmo-nos e sermos identificados, à entrada e à saída dos turnos, ao e pelo segurança na portaria. Um destes dias em que ia a sair já de noite, julguei ir cruzar-me na portaria com um dos habituais seguranças e a minha mente processou cumprimentá-lo com um simpático e informal "Oi!". Ao aproximar-me, deparei-me com um segurança novo (em idade e posto de trabalho) e achei por bem dirigir-me a ele com um mais cerimonioso "Boa noite!". Como já referi algures, anteriormente, a minha mente é de uma desorganização por demais evidente de forma que, ao passar directamente em frente do segurança, em vez do oi! ou do boa noite! que tinha planeado, aquilo que, sem qualquer má intenção, verbalizei foi... "BOI!"... Escusado será dizer, e menos não se poderia esperar, que o dito segurança me lançou um absoluto ar de espanto enquanto replicava: "Como?!". Como é evidente, tive que explicar ao admirado segurança o sentido dúbio desta saudação e a minha (des)ordem de ideias... E com isto tudo perdi o autocarro que tinha intenção de apanhar e tive de esperar pelo próximo enquanto me questionava porque sou constantemente assaltada por tanta imbecilidade e em como tive sorte de não ter sido brindada com a mesma saudação, mas no feminino...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

E, como não podia deixar de ser, mais uma asneirola...

  No último post, a última frase vem na sequência das citações da senhora, em que me disse que como não tinha levado uma muda de roupa, tinha deixado secar aquela e ia ao centro de saúde... E não quero pensar mais neste assunto... Ehehehe

Tem muita piada mas é quando não nos acontece a nós...

  Sei que não tenho propriamente aspecto de mulher madura, antes pelo contrário. Além de me atribuírem constantemente uma idade inferior à que tenho, e nem preciso de abrir a boca para isto suceder, sou pequenina, gorduchinha, irradio saúde, bem disposta e prática. Devo ter uma daquelas caras de netinha que todas as avós gostariam de ter e deduzo que seja por isto que se torna prática recorrente na minha vida as velhinhas entabularem conversa comigo do nada e desfiarem o seu rosário de maleitas em tudo quanto é sítio (em tudo quanto é sítio não são as maleitas -ainda há o mínimo de decoro!- mas sim o entabularem conversa!)... Ou no centro de saúde, ou nas filas de supermercado, ou nas paragens de autocarro e nos próprios autocarros... Aqui há dias, num destes autocarros, uma destas simpáticas senhoras sentou-se ao meu lado e, não faço ideia como, a conversa (ou melhor, monólogo, uma vez que me limito a assentir compreensivamente com a cabeça) desenvolveu-se para a história das infecções urinárias da dita senhora. E depois da descrição de todos os sintomas, e de como se manifestam, diz-me: "Ainda agora estava em casa de uma senhora e deu-me uma dor que nem tive tempo de ir à casa de banho e mijei-me toda pelas pernas abaixo!"(sic). Neste ponto a minha cabeça não assentiu e, apesar de me ter dado uma enorme vontade de rir, pensei que preferia não ouvir mais. Mas a senhora, como não lê pensamentos (espero eu!), continuou: "E e vou agora ao centro de saúde!". Nesta altura, mesmo tendo em conta a comicidade de tudo aquilo, a minha mente começou a divagar e a tentar abstrair-se de toda aquela situação. Inicialmente fiz uma nota mental para não me sentar, em futuras viagens, no lugar onde ia a senhora, nem que fosse o único lugar vago e tivesse vindo de correr a maratona! E, ao mesmo tempo não pude deixar de me sentir solidária com a senhora; isto porque, pronto, compreendo que há alturas em que estas coisas acontecem quando menos se espera... Sei lá! Às vezes as pessoas estão com a bexiga cheia, podem sonhar que estão a ir à casa de banho e depois só se apercebem quando sentem a perna quente e acordam... E depois têm de ir tomar banho às quatro horas da manhã e mudar de pijama... E secar o colchão com um secador e mudá-lo de lado... E depois aparece a nossa mãe que se ri à gargalhada quando sabe o que se passou e ainda acrescenta, com um tom zombeteiro, para não nos preocuparmos que no dia a seguir nos compra fraldas... É... Estas coisas têm todas muita piada quando não são connosco... Não que isto alguma vez se tenha passado comigo, claro! Nada disso... como não levava uma muda de roupa deixei secar esta