quinta-feira, 4 de março de 2010

A minha mãe é a maior!!!

  Confesso, não sem algum desgosto, que muita da minha (des)ordem de ideias é genética, sendo o meu pai o grande responsável. Salvo algumas diferenças anatómicas (e, ainda assim, não muitas) e alguns ideais e reacções, tudo o resto é cópia fidelíssima. E lá diz o povo que os opostos se atraem e, neste caso, não podia estar mais correcto! A tranquilidade da minha mãe que, sorte a dela!, foi herdada pela minha irmã, é absolutamente antagónica à toleima do meu pai e reflecte-se, entre outras coisas, no facto de falar pouco e, quando o faz, é num tom de voz que mal se ouve. Um dia destes, já noite bem cerrada, o meu pai (como é seu hábito quando vê alguma notícia que o "toca" e estas são bastante frequentes) entra de supetão na sala onde estávamos eu e a minha mãe e precipitou-se numa torrente pirotécnica verbal (como diria o Jorge acerca dos continentalistas) que metia este e aquele e o outro porque este disse isto aquele disse aquilo e o outro disse outra coisa qualquer e afinal nenhum deles sabe o que está a dizer e só o meu pai é que conhece a verdade toda e é dono dela! Homessa! (Ressalva-se aqui que esta é uma das abissais diferenças entre mim e ele!) Eis senão quando estaca a olhar para um espelho e lança um bem humorado: "Eh lá! Estou cá com um penteado que até pareço um extraterrestre das séries!". E eis senão quando, surpreendentemente, a pacificidade em pessoa que é a minha mãe lança um impetuoso: "Por isso é que andas alienado de todo!!!". Ainda não consegui parar de rir às gargalhadas quando me lembro desta tirada, não só porque veio de quem veio, mas também pela cara de pateta do meu pai que só teve capacidade para dizer: "Hum! Nem sabes o que é que quer dizer alienado!", ao mesmo tempo que virava costas e ia outra vez para o quarto! A minha mãe é a maior!!!

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