quarta-feira, 3 de março de 2010

Outra vez o excesso de zelo!

  Já tinha feito referência anteriormente ao excesso de zelo de alguns profissionais, nomeadamente farmacêuticos. Há bem pouco tempo sofri uma infecção na garganta e nas vias respiratórias superiores, o que me impeliu a recorrer à minha médica de família que me receitou um verdadeiro arsenal anti-tudo-o-que-sejam-bichinhos-prejudiciais-à-saúde, desde antibiótico, passando por anti-inflamatório, paracetamol, até um "dissolvedor" de secreções... Como é hábito, a médica teve o cuidado de detalhar a posologia que deveria seguir, além de que actualmente as receitas médicas têm uma parte destacável para o utente com a mesma informação. Por acaso, e sublinho o por acaso, nestas situações a minha mente funciona minimamente bem, de forma que as indicações foram imediatamente assimiladas e gravadas na minha memória. Saí do centro de saúde quase a arrastar-me e a escorrer água por todos os poros e, não fora o apoio físico e moral do Jorge, ter-me-ia deitado e adormecido fosse onde fosse, além de que a febre me deixa num estado de hiperactividade verbal quase delirante. Foi neste estado que cheguei a uma farmácia para adquirir os medicamentos e, fatal como o destino, lá vem o excesso de zelo! Fui obrigada a ouvir novamente tudo o que a médica já tinha explicado e já sabia de cor e salteado (atenção que neste passo o senhor ia sublinhando com a tampa da caneta tudo o que estava no destacável da receita, como se eu fosse iliterata), além de que tive de aguardar que o dito senhor, muito zelosamente, escrevesse o mesmo nas caixas de medicamentos, enquanto fingia muita atenção quando a minha única vontade era esparramar-me no balcão, estender a palma da mão aberta à frente da cara dele e dizer: "Ya! Fala aqui prá mão! Ehehehe!"... Apesar de não ter dúvidas de que é uma postura amável e atenciosa, continuo sem perceber...

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